NEWS | Simpósio internacional discute Pesquisa e Inovação em mídias interativas

fotografia de divulgação do letreiro do SIIMI 2014

Imagem: Organização do SIIMI 2014
Texto: Raniê Solarevisky de Jesus

“Senhoras e senhores, daremos início à abertura do Simpósio Internacional de Inovação em Mídias Interativas de 2014. Por favor, pedimos que deixem seus celulares ligados e conectados com uma das redes de internet disponíveis e tirem fotos, tuítem e comentem o simpósio nas redes sociais”, anunciou o cerimonial na abertura do SIIMI nesta segunda (14). O evento, em sua terceira, edição, ocorre no Centro Cultural UFG neste ano e segue até o dia 16 de abril com extensa programação voltada para discussões e trabalhos nas áreas da arte, comunicação, design e tecnologia.

Durante a abertura, o coordenador do SIIMI e professor da Faculdade de Artes Visuais da UFG, Cleomar Rocha, saudou os presentes e agradeceu à equipe e aos programas de Pós-Graduação da UFG que compõem o MediaLab, responsável pela realização do evento. “Também agradecemos ao CIAR, que tem nos apoiado desde a primeira edição do evento e mantém projetos de colaboração com o MediaLab”, ressaltou o Prof. Cleomar. O Pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, José Alexandre Diniz Filho, observou que o conceito do evento reflete objetivos centrais da atual gestão da universidade. “Este evento tem a característica de ser internacional, interinstitucional e interdisciplinar. O exemplo de grandes instituições que formam escolas de Arts & Sciences demonstra que a ciência não deve ser uma atividade fria ou puramente técnica, mas criativa”, afirmou.

Experiências sensoriais

O professor Sidney Fels, integrante do Media and Graphics Interdisciplinary Centre (MAGIC), da University of British Columbia (UBC), proferiu uma palestra em que apresentou vários projetos desenvolvidos no centro. Luvas cibernéticas que imitam a fala humana, esferas que projetam imagens que lembram hologramas manipuláveis com gestos, uma flauta para ser tocada por duas pessoas e até mesmo uma instalação de realidade virtual dentro de um avião que simula um mergulho no Oceano Pacífico.

Segundo o professor, todos os projetos têm a intenção de entender como nos expressamos, de forma a problematizar a relação entre pessoas, lugares e coisas frente às possibilidades da tecnologia. Um projeto interessante nesse sentido é o pCubee, um cubo composto por cinco painéis LCD que projetam imagens de um modelo que parece estar dentro da caixa. O mecanismo é acoplado a um sensor de movimento colocado na cabeça do usuário, que corrige a perspectiva quando nota qualquer mudança de ângulo. Confira o vídeo abaixo:

Outro projeto ainda em desenvolvimento é o MyView, um sistema para “capturar, processar e fazer playback de múltiplos arquivos e streaming de vídeos de forma sensível ao contexto”. O experimento, ainda em fase de testes, é tido como superior ao modelo de grandes redes como o Youtube. “Frequentemente dizemos aos amigos: ‘ei! Vi um vídeo incrível ontem! Vejamos se consigo encontrá-lo para lhe mostrar um trecho…’. Mas não seria melhor se isso pudesse ser feito de forma mais fácil? As grandes companhias que nos dão essas soluções não deviam deixar que disséssemos a elas do que realmente precisamos?”, questionou o professor.

Em 2011, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos, o grupo da UBC realizou um projeto de intervenção tecnológica no Hospital Cais Clemente Ferreira em Lins, São Paulo. O projeto tinha a intenção de criar uma intranet móvel para os funcionários do hospital, que acolhe pacientes com problemas neurológicos. “A experiência foi um desastre. Os funcionários já tinham uma rotina que seria completamente alterada com o uso de nossos produtos”.

Para o Prof. Sidney Fels, o projeto demonstra a forma como lidamos com a tecnologia e as grandes empresas que dizem nos fornecer soluções, como a Apple ou a Microsoft. “Se estou entregando meus dados pessoais a várias empresas ao baixar um app, porque preciso pagar por ele? Porque tem de ser assim? Deveria haver uma troca, uma negociação”, opinou. “Ao invés de se integrarem a nossas vidas, novas tecnologias costumam nos forçar a adotá-las de uma hora para outra, de forma que passamos a ser dependentes delas”, explicou.

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